Por Fernando Brito
O decreto da liberação da posse de armas – segundo
Bolsonaro, apenas um aperitivo, “apenas o primeiro passo”, para franquear o
acesso generalizado a armamento para a população – não pode ser julgado apenas
no campo político.
É um retrocesso civilizatório que nos custará muitas vidas e
muitos anos para reverter.
Não fosse isso, diria que foi a derrota política inaugural
de Jair Bolsonaro.
É algo que, mesmo antes das tragédias anunciadas que irá
produzir, só encontrou apoio incondicional em seus adeptos mais radicais.
A classe média, sempre tão feroz na teoria, passa a viver o
medo de que o seu vizinho de porta tenha uma, duas, várias pistolas.
Ou o caixa da padaria. Ou o dono da quitanda, que você andou
chamando de ladrão por cobrar 10 reais no quilo do tomate. Ou o inspetor da
escola dos filhos.
Os neoliberais “cult” não tiveram peito de defender e o próprio Sérgio Moro fez questão de ficar
nas sombras no anúncio da “grande conquista”, mesmo sendo, agora, o responsável
pela Segurança Pública.
A comparação dos perigos oferecidos por uma arma de fogo com
os riscos de um liquidificador, feita pelo sempre energúmeno Ônyx
Lorenzoni ofende a inteligência de um
asno.
Os vencedores estão envergonhados.
Só o núcleo selvagemente fascista celebra, e olhe lá.
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