Por Fernando Brito
A prisão de um coronel da PM, de um delegado graduado da
Polícia Civil e do dono de uma requintada charutaria, a Esch, como comandantes
de um esquema de corrupção nos presídios do Rio de Janeiro, agora cedo, embora
ainda tenham de ser bem esclarecidas as razões, dá ganas de perguntar: mas não
é na Vila Kennedy e em outras
comunidades da periferia e em favelas que está o “crime organizado”?
E roubavam na comida, quase uma lavagem para porcos, dos
presos – aqueles que os neuróticos dizem que vivem a “regalia” de prisões
“apenas” com o dobro ou o tripo da lotação adequada.
A criminalidade das periferias é, salvo um ou outro chefete,
“pé de chinelo”. A “riqueza” que se ostenta em cordões de ouro e carros, ou em
pequenas piscinas em meio à favela são umas porcarias perto do que ganham os
verdadeiros organizadores do crime.
Ontem prenderam um estudante de 24 anos que “comandava” um
esquema de contrabando de produtos eletrônicos, envolvendo fiscais da receita.
Por favor, pausa para rir.
Enquanto isso, descobrem conteiner após conteiner carregados
de cocaína- como antes, helicópteros e aviões – e ninguém sabe de onde vieram
nem a quem pertenciam.
Deve ser ao “seu” João da Vila Kennedy, ou um daqueles a
quem humilharam como o “selfie-fichamento” das operações militares.
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