Por Fernando Brito
Michel Temer caminha, a passos largos, para deixar de ter
uma minúscula biografia para ter um extenso prontuário.
Não se pode, claro, dar crédito imediato a todas as
acusações, até porque os acusadores são criminosos confessos: Joesley Batista e
Lúcio Funaro.
Mas elas vieram acompanhadas de gravações, malas e
flagrantes que não são pequenos.
E, ainda mais convincentes por isso, encaixaram-se
perfeitamente ao caráter miúdo e às práticas de vida dos acusados.
Temer viveu a vida pelos cantos, obscuros, vivendo das
migalhas como rato-mór de ratos igualmente longevos na vida pública, agregado a
governos que precisavam do bando que foi se tornando o PMDB no parlamento.
Comparem-se os tamanhos: três anos com toda a polícia, o
ministério público e um bando de empresários delatando para sair da cadeia não
conseguiu produzir uma evidência indiscutível contra Lula ou Dilma, embora
tenham produzido processos contra o ex-presidentes onde as convicções
substituem as provas.
Um mês de foco sobre Temer já rendeu tantas cenas
constrangedoras e inexplicáveis – embora de natureza óbvia – que mal dá tempo
de respirar. MAIS
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