quarta-feira, 21 de junho de 2017

A MISSÃO DE UM RATO E SER UM RATO

Por Fernando Brito

Michel Temer caminha, a passos largos, para deixar de ter uma minúscula biografia para ter um extenso prontuário.
Não se pode, claro, dar crédito imediato a todas as acusações, até porque os acusadores são criminosos confessos: Joesley Batista e Lúcio Funaro.
Mas elas vieram acompanhadas de gravações, malas e flagrantes que não são pequenos.
E, ainda mais convincentes por isso, encaixaram-se perfeitamente ao caráter miúdo e às práticas de vida dos acusados.
Temer viveu a vida pelos cantos, obscuros, vivendo das migalhas como rato-mór de ratos igualmente longevos na vida pública, agregado a governos que precisavam do bando que foi se tornando o PMDB no parlamento.
Comparem-se os tamanhos: três anos com toda a polícia, o ministério público e um bando de empresários delatando para sair da cadeia não conseguiu produzir uma evidência indiscutível contra Lula ou Dilma, embora tenham produzido processos contra o ex-presidentes onde as convicções substituem as provas.
Um mês de foco sobre Temer já rendeu tantas cenas constrangedoras e inexplicáveis – embora de natureza óbvia – que mal dá tempo de respirar. MAIS

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