A Praça Fróes da Motta
Professor, cordelista, maratonista e acima de tudo um
profundo estudioso da vida feirense, Joaquim Gouveia da Gama, falecido em abril
de 2015, deixou um rico arquivo sobre a Feira de Santana. Vale a pena lembrar o
texto sobre a Praça Fróes da Motta, por ele assinado em 5 de março de 1995:
- A Praça Coronel Fróes da Motta surgiu praticamente no
início do século passado (século XIX). Naquele tempo ali era um grande largo
onde as crianças brincavam e os roceiros, quando vinha a cidade, punham seus
animais;
Ali era também a chegada das estradas vindas da parte Norte
e Nordeste da cidade (Santa Bárbara, Serrinha, Riachão do Jacuípe, Ipirá, etc).
Com o ciclo do fumo foram construídos em torno dela armazéns de beneficiamentos
de fumo, assim como várias residências. O largo passou a ser chamado de “Largo
do Fumo” (seu primeiro nome).
Em 1859 o casal imperial D. Pedro II e a imperatriz Dona
Tereza Cristina visitou a Feira de Santana. A Câmara Municipal, em homenagem à
Sra. Imperatriz pôs seu nome no “Largo
do Fumo”; o largo ganhou novo nome: Largo da Imperatriz. Depois ele foi
urbanizado e promovido a praça: Praça da Imperatriz.
Este nome perdurou um pouco até depois do término da Guerra
do Paraguai. Alguém pode perguntar: Que relação teve a Guerra do Paraguai com a
nossa Praça Cel. Fróes da Motta? É que um militar baiano, general Argolo, foi
considerado um dos heróis da Guerra do Paraguai.
A nossa câmara (que sempre teve uma tradição péssima de
trocar nomes de logradouros públicos, muitas vezes por casuísmo ou caprichos
políticos) achou por bem extinguir o nome da imperatriz, substituindo-o pelo
nome do general Argolo. Com o nome do general Argolo permaneceu por cerca de
meio século, até o início da década de 20.
Em 1922 o conselheiro farmacêutico José Alves Boaventura
apresentou projeto de lei mudando seu nome para Praça Agostinho Fróes da Motta.
A lei foi sancionada pelo então intendente da época, Cel. Bernardino Bahia.
A praça está localizada no bairro centro, entre as ruas São
José e Voluntários da Pátria (seu lado Norte), Cônego Tertuliano Carneiro e
Sales Barbosa (seu lado Sul), Dez de Junho e Coronel João Mendes (seu lado
Oeste) e General Câmara (seu lado Leste).
Seu coreto foi construído em 1919, pelo então intendente
Agostinho Fróes da Motta e o busto de bronze do citado coronel data de 1956 em
comemoração ao seu centenário de nascimento. A praça também há alguns anos foi
transformada numa feira de ferro velho, objetos usados e outros materiais
diversos. Certamente o novo prefeito fará qualquer coisa pela sua
reurbanização.
A praça é a segunda mais bem arborizada da cidade (a outra é
a Praça da Catedral). Ela se torna bela e imponente com suas nove palmeiras
imperiais. Lutemos pela sua preservação.
Nela ficam também dois prédios históricos da cidade:
A Escola Maria Quitéria construída em 1918, pelo intendente
Agostinho Fróes da Motta e o Palácio que pertenceu ao citado intendente. (Adilson Simas)
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