Por Alan Tygel,
no site Opera Mundi:
Na última semana, fomos bombardeados pelas notícias sobre a
alta no preço do feijão. O povo, chocado em ver o quilo passando de R$10, ouviu
as mais diversas explicações dos analistas: geada e muita chuva no sul, falta
de chuva em outras regiões, e até o boato de que uma pequena doação para Cuba
feita em outubro de 2015 teria sido a causa da escassez. A solução mágica
apresentada pelo ministro interino da agricultura, o Rei da Soja, foi zerar a
taxa de importação para facilitar a entrada de feijão estrangeiro.
O que estranhamente não saiu em lugar nenhum foi um elemento
muito simples: o agronegócio brasileiro não se preocupa em produzir alimentos
para o Brasil. E isso fica muito claro quando olhamos a mudança na utilização
das terras no país. Nos últimos 25 anos, houve uma diminuição profunda na área
destinada à plantação dos alimentos básicos do nosso cardápio. A área de
produção de arroz reduziu 44% (quase metade a menos), e a mandioca recuou 20%.
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