Gazeta do Povo
Neste
primeiro sábado de julho a gente vai viajar no tempo lembrando algumas notícias
sobre a cidade, vinculadas no jornal “Gazeta do Povo” que circulou no primeiro
sábado também de julho no distante ano de 1959. Fatos que aconteceram há exatos
57 anos, mais de meio século.
O
jornal circulava uma vez por semana. Logo os festejos juninos ainda ocupavam as
suas páginas. A grande festa de São João que Oscar Marques (foto 1) ofereceu no “Sitio
Eliana”, por exemplo, foi a nota de abertura da coluna social. Vale a pena
lembrar algumas das famílias que atenderam o convite do festeiro Oscar.
A
coluna social cita, pela ordem, Eduardo Mota (foto 2), Alberto Oliveira, Hugo Navarro,
Antídio Matos, Walter Sarkis, Carlos Marques, Juca Dias, Cícero Carvalho (foto 3), Tito
Machado, Francisco Maia, Antonio Barreto,
Doute Gonçalves, Renato Santos Silva (foto 4), Milton Falcão, Avelino Cerqueira, Osvaldo
Boaventura, Enádio Morais, Manuel Brito, Armando Lacerda e outros.
“O
crime de São José das Itapororocas” foi o titulo da manchete da primeira
página. Resumindo a notícia, um menor desapareceu no distrito e a policia deu
como sendo do mesmo um corpo em decomposição encontrado nas imediações da
“Lagoa da Serra”, na Fazenda Conceição. Tempo depois o menor reapareceu e o
jornal no sub-titulo da matéria pergunta: E agora, a quem pertence a ossada
humana que se encontra na Delegacia Regional?
Também
na primeira página os atos que marcaram no dia 3 de julho, o primeiro
aniversário de instalação do Banco do Nordeste do Brasil em Feira de Santana.
Naquela época o BNB tinha como gerente Francisco Veloso e como contador Graça
Leite. Antes da atual sede própria o banco funcionou na Rua Direita, perto da esquina
com o Beco do Mocó e depois no Edifício Medrado, na rua Marechal Deodoro.
Ganhou
destaque na primeira página o decreto do Governador do Estado concedendo
aposentadoria a professora Sidrônia Jaqueira. Mestra de várias gerações começou
como professora adjunta na Escola Maria Quitéria em 1926 e no ano seguinte foi
designada para lecionar na Escoa Normal onde foi efetiva em 1933. Quando a
aposentadoria chegou lecionava na Escola Normal e no Ginásio Estadual.
O
doutor Geraldo Leite publicou anunciou comunicando aos colegas, amigos e
clientes que durante um mês, de 30 de junho a 30 de julho realizará estágio de
laboratório na Capital do país e que nesse período atenderá a todos no seguinte
endereço: Revista Brasileira de Medicina, Avenida Almirante Barroso, 90, primeiro
andar, Rio de Janeiro.
Matéria
especial foi feita com a Associação Desportiva Bahia que no dia 2 de julho
completou 22 anos de existência, fundado que foi em 1937. No dia do
aniversário, antes da festa dançante que serviu para empossar a nova diretoria,
houve tarde esportiva no Campo dos Casados. Naquele ano, era presidente do
Conselho Deliberativo do Bicho Papão, o dentista e desportista Adir Athayde.
O jornal foi a
Santo Estevão cobrir a festa que marcou o lançamento da Pedra Fundamental do
Clube Santo-estevense. A festa foi animada pelo Jazz Copacabana do Feira Tênis
Clube e teve como atração Celina Coelho,
rainha do Clube Fantoches de Salvador. No ato discursam o prefeito Linésio
Bastos e o acadêmico de direito Expedito Nascimento. Linésio seria mais tarde
também prefeito de Itaberaba e Expedido, já advogado tinha na Rádio Sociedade o
programa “Consulte os seus direitos”. Foi assassinado dentro da delegacia aqui
em feira.
No espaço
destinado a reclamações está esta nota: ”É inadmissível que uma cidade de 60
mil habitantes, a segunda do Estado, esteja, há mais de dois meses, sem um
só policiador nas ruas zelando pela
segurança pública. Será que os responsáveis por este estado de coisas
desconhecem que nesta terra vive um povo que merece mais respeito e
consideração?”.
Numa das
páginas internas esta notinha: “O prefeito municipal deliberou a execução de calçamento
de ruas da cidade e compra de veículo para os serviços da Prefeitura, mas não
se esqueceu de mandar abrir concorrência pública, conforme dispositivo da Lei
Orgânica dos Municípios”. A nota termina com este veneno no prefeito anterior;
“Recorde-se que a administração passada despreocupou-se de adotar atitude
semelhante”.
Aristeu
Queiroz, uma das grandes estrelas do rádio feirense nos anos 50 e 60, assinava
a coluna de rádio do jornal. Terminava oferecendo aos leitores, como fazia no
microfone, uma das suas composições. Naquela edição ele dedicou a canção “Corta
o Coração”. Eis a letra:
Mamãe,
papai! / Pra onde esse povo vai, / Pau de arara não!/ Corta o coração!/ É
verdade que a seca, / Acaba com o sertão. / É verdade que o nortista, / Sofre
muito no verão. / Mas a fibra dessa gente, / Não deve ser maltratada!/ Abandonar
seu torrão, / Isso Não! Por nada!/ Pau de arara não! Corta o coração!...
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