Em suas memórias, FHC conta como manteve Joel Rennó na Petrobras e barrou investigações contra ACM;
por Luis Nassif
Existem dois FHC. Um que fala para os iletrados - classe
média, empresários pouco politizados, leitores da mídia - e outro que ambiciona
falar para os historiadores.
O primeiro se vale de um moralismo rasteiro, primário e de
uma falsa indignação. O segundo tenta se mostrar o homem de Estado, frio e
calculista, dominando as regras da real politik.
Pelos trechos até agora divulgados, as memórias de governo
de Fernando Henrique Cardoso - frutos de gravações que fez durante sua gestão -
visam a história. Dê-se o devido desconto para algumas passagens repletas de
indagações hamletianas sobre dar e receber. Essas cenas FHC provavelmente
gravou olhando-se no espelho e fazendo pose. Nas demais, emerge o político
esperto, o homem de Estado cujo maior papel foi ter garantido a governabilidade
para que seus economistas implantassem o modelo neoliberal. MAIS
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