Por: Fernando Brito
Meu filho menor, nos já distantes
tempos em que tinha 3 anos de idade, tinha, como muitas crianças, a mania de
andar agarrado a um brinquedo, no caso um trenzinho de metal. Quando saía com
ele, punha o trem sobre uma mesa e lhe perguntava: o trem tem pernas? o trem
vai andar sozinho? Então ele vai estar aí, no mesmo lugar, quando a gente
voltar….
Parece que não é assim com os
brinquedinhos da revista Veja que, ontem, apresentou à ombusdman da Folha,
“explicações” que não esclarecem nada, senão a covardia da revista no episódio
do falso extrato bancário atribuído ao senador Romário.
Eurípedes Alcântara, diretor de Redação diz que “por maior que
seja a certeza do repórter sobre a origem e a autenticidade, o documento é só o
começo de um processo bem mais complexo de apuração. Pode ocorrer -e não estou
sequer cogitando ser esse o caso do extrato- que a verdadeira história esteja
em como o documento saiu de um HD ou de um arquivo na nuvem, ganhou pernas e
chegou ao jornalista.”
Sério?
“Seu” Eurípedes, diga isso ao
juiz no processo de indenização que o Romário está abrindo contra a Veja e o
baixinho vai estar bem mais perto dos R$ 75 milhões que exige da revista.
Um extrato bancário falso , como
o trenzinho do meu filho, não ganha pernas.
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