Por João Paulo Cunha*
Aécio Neves é um personagem ambivalente. Sua indignação não
convence nunca e soa como inveja; sua juventude estendida além do limite
natural gerou uma máscara que, quando quer ser irônica, acaba figurando
sarcástica – parece que vai envelhecer sem passar pela fase de maturidade. Sua
dedicação às questões públicas destoa de sua trajetória personalista e é sempre
uma derivação de seu desejo incontido de poder.
Desde que foi batido nas urnas, tomou como sentido de vida
anular as eleições. Construir a oposição responsável, saldo maior e dever
decorrente de sua votação expressiva, se afigura para ele como uma aceitação da
derrota, o que conflita com sua autoimagem. Há uma necessidade premente de
sustentação egoica que tromba com a realidade. Aécio vem tentando, por todos os
meios, adiar a consagração de uma verdade democrática. MAIS
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