Por Luis Nassif
Aécio Neves nunca primou pelo conhecimento. Sempre foi
superficial como a manchete de jornal - que, aliás, sempre serviu de guia para
ele. Mas, ao menos, tinha a imagem de político esperto, conciliador, justamente
o perfil que o jogo político atual exige para conter a extrema radicalização do
momento.
Até FHC e José Serra se deram conta disso.
Não Aécio, que se meteu na armadilha de vestir o uniforme de
Catão.
É uma rota sem futuro porque dilui completamente a imagem de
conciliador que acumulou nos tempos de governo de Minas. Ao mesmo tempo, o
expõe nas muitas suspeitas que pesam sobre ele.
Seu conterrâneo Rodrigo Janot, procurador Geral da
República, livrou-o de duas suspeitas pesadas. A primeira, as denúncias
detalhadas de AlbertoYoussef sobre os esquemas de caixinha em Furnas,
beneficiando Aécio, muito mais detalhes do que na maioria das ações
encaminhadas por Janot contra outros parlamentares.
A segunda, uma denúncia de conta no paraíso fiscal de
Linchestein, que desde 2010 repousa na gaveta do PGR.
Alguém precisa alertá-lo que, até por esperteza, deveria
abdicar desse papel ridículo de paladino da moralidade.
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