Por Miguel do
Rosário
Curioso.
O vazamento
sobre a “delação” de Ricardo Pessoa, da UTC, um dos empreiteiros que Moro
manteve preso por mais de sete meses, com objetivo explícito de torturá-lo,
aconteceu horas depois do empresário entregar uma “planilha”, às autoridades,
contendo supostas doações para vários políticos.
O vazamento se
deu seletivamente para os veículos do golpe: Veja, Estadão, Folha e Globo.
A primeira
reportagem no Estadão sobre o caso traz um parágrafo intrigante:
“A defesa de
Pessoa informou que não vai comentar as informações porque a delação é
sigilosa. Também informou que não confirma a autenticidade da planilha.”
Todas as novas
informações, que explodiram na imprensa nesta sexta-feira, estão concentradas
nesta misteriosa planilha, que deveria estar sob segredo de justiça, mas vazou
imediatamente após ser divulgada pelo empreiteiro.
A defesa,
repare bem, ainda não confirma a autenticidade do documento.
E mesmo que
confirmasse, contudo. Repare só: é uma “planilha”.
Planilha?
É sério isso?
Não há um comprovante de depósito? Uma fotografia, um vídeo, um áudio?
Querem derrubar
a República, num país com 200 milhões de habitantes, sétima economia do mundo,
por causa de uma planilha?
Ora, qualquer
um pode fazer uma planilha, misturando fatos verdadeiros, falsos, doações
legais e ilegais, ao gosto do freguês.
Eu poderia divulgar
uma “planilha”, por exemplo, trazendo dados “explosivos” sobre elementos da oposição. O que isso prova?
Abaixo, uma
“planilha” fictícia, que rabisquei agora:
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