Miguel do Rosário
Vera Guimarães Martins, ombudsman da Folha, acusa o jornal
de ter manipulado as falas do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para fazer
“intriguinha e fofoquinha”.
Me pareceu uma síntese perfeita do que fez a Folha.
Martins criticou ainda a falta de destaque que a Operação
Zelotes, da Polícia Federal, recebeu do jornal: “Há um novo escândalo na praça
e, caso se confirme a avaliação dos investigadores, ele desponta com pinta de
campeão. Trata-se da Operação Zelotes, que, segundo a Polícia Federal, já
provocou prejuízos de ao menos R$ 6 bilhões, podendo chegar a R$ 19 bilhões. Em
termos monetários, sua magnitude pode deixar para trás o butim da Lava Jato,
que, por sua vez, já havia superado os valores malversados no mensalão. Pois,
mesmo com essas promissoras credenciais, o assunto não tem merecido da Folha o
mesmo destaque dado aos seus predecessores.”
Por que será, hein?
Será porque os próprios donos da Folha foram pegos num outro
escândalo de sonegação, o Suiçalão, onde se encontrou contas secretas dos
irmãos Frias no HSBC suíço?
Ou será porque a Operação Zelotes muda completamente a
narrativa da mídia para o problema da corrupção no país, repondo o governo no
papel de mocinho, e mostrando Dilma como a presidenta em cujo governo mais se
deu autonomia para se investigar corrupção em nossa história?
Ou será porque a mídia não se sente confortável em noticiar
casos de sonegação, porque aí os protagonistas quase nunca são políticos
e sim
grandes empresários, com ligações de amizade, família ou comerciais com os
barões da mídia?
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