Por Miguel do Rosário
A gente que analisa o dia a dia da política brasileira, num
viés progressista, às vezes fica muito preocupado com os rumos que as coisas
parecem tomar.
Assistir a um monte de idiotas tomarem as ruas pedindo
intervenção militar, em pleno 2015, é dose, por exemplo.
Assistir à mídia, em pleno 2015, mergulhar numa histeria
udenista ainda mais forte do que aconteceu em 1964, manipulando como se não
houvesse amanhã, é outra coisa que nos angustia.
Entretanto, há um fator político que deveria nos
tranquilizar. Nasceu uma massa crítica no Brasil. O artigo que reproduzo
abaixo, da professora Ângela Carrato, da Universidade Federal de Minas Gerais,
é a prova disso.
As manipulações midiáticas fazem um enorme estrago no debate
político, mas a quantidade de pessoas tomando a pílula vermelha e pulando fora
da matrix é algo que também deveria ser motivo de orgulho.
E isso acontece sobretudo nos meios mais críticos e mais
inteligentes, nas universidades. O discursinho de Globo e Veja não cola mais
nesses ambientes.
Jornalistas dos grandes meios não podem mais botar os pés
nos meios acadêmicos sem serem amplamente vaiados pelos estudantes e, em
silêncio, também pelos professores.
Aliás, por isso a mídia quer voltar ao poder, para se vingar
das universidades públicas, matando-as com falta de verbas.
Ou alguém acredita que a mídia, quando governar o país
através de seus fantoches tucanos, vai deixar que a universidade brasileira
continue produzindo massa crítica e análises contrárias a seus interesses?
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