Por Kiko Nogueira
Mano Brown foi preso depois de ter seu carro parado numa
blitz numa avenida na região de Campo Limpo, em São Paulo.
Brown teria cometido “desobediência, desacato e
resistência”, segundo a PM. A carteira e o IPVA estavam vencidos desde 2012 e o
carro estava no nome de sua mãe.
Seu advogado diz que ele foi “levemente agredido”. “Pediram
para ele colocar as mãos sobre o capô. Ele colocou e os policiais puxaram seus
braços para pôr as algemas. Ele pediu calma e eles o jogaram no chão”, afirma.
O defensor do músico garante que há um vídeo provando os
maus tratos.
Os soldados podem pedir os documentos de qualquer cidadão e
a obrigação do cidadão é tê-los em dia, evidentemente.
Agora: se esse cidadão é o mesmo que escreveu “não confio na
polícia, raça do caralho”, a chance de que ele terá problemas cresce
exponencialmente. Ele precisava ter sido detido? As circunstâncias ainda
precisam ser esclarecidas.
Mas vejamos o caso do nobre senador Aécio Neves.
Em 2011, Aécio caiu num comando da Lei Seca no Leblon. Foi
de madrugada. Estava com a habilitação vencida — ele “não sabia” — e recusou-se
a fazer o teste do bafômetro, considerado uma infração gravíssima (7 pontos e
multa de 1 000 reais).
Os policiais, como no caso de Mano Brown, reconheceram o
motorista. Só que, nesse caso, ele foi liberado e voltou para o aconchego do
lar, após providenciar um estafeta sóbrio para pilotar o veículo.
Aécio, de acordo com sua assessoria, “cumprimentou a equipe
policial responsável pelo profissionalismo e correção na abordagem”.
A história de Mano Brown foi matéria do Jornal Nacional,
acabo de ver. A de Aécio passou batido. Claro que por descuido do pessoal,
certo, mano?
Imagine, apenas imagine, se Brown tivesse tomado uma latinha
de Skol.
Agora: não é verdade que, com a detenção de Mano Brown, quem
entra em seu lugar nos Racionais MC’s é Aécio Neves. Ali não tem terceiro
turno.
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