Por Fernando Brito
Agora, com a notícia de que Renan Calheiros e Eduardo “Leva
Eu Meu Bem” Cunha estão na temível lista do Procurador Geral da República,
Rodrigo Janot, você entendeu porque Renan está
afrontando publicamente a Presidenta Dilma Rousseff?
Porque a recusa em comparecer ao jantar do PMDB, ontem, e a
devolução da MP do Ajuste Fiscal são afrontas que nem um presidente do Senado
oposicionista faz, quanto mais um que diz ser da base aliada.
Renan acha que estamos ainda nos tempos de Sarney e FHC,
quando um presidente estalava os dedos e um processo parava?
Dilma avisou para quem quisesse ouvir e fez muito bem: que
estiver na roda, roda…
Só na cabeça de Calheiros e daquela loura da Veja, Janot é
um empregadinho do Planalto.
Tanto quanto não pode ser da oposição, segurando cartazes
levados por “coxinhas”.
Cunha, que é muito mais esperto, já tinha recuado e mostrado
prudência, tratando civilizadamente com a Presidenta e recuado na ridícula “passagem da patroa” para os
deputados.
Os dois sabiam desde sexta-feira que teriam um pedido de
abertura de inquérito.
Aliás, a propósito, onde estão os energúmenos que disseram
que a Presidenta “não entendia nada de independência do MP” quando pediu –
pedido recusado – para Janot dizer se algum dos indicados a Ministro poderia
vir a ter problemas na Lava-Jato?
Qual foi o mal de Janot ter avisado alguns dias antes a
Renan e Cunha, se isso não influiu na decisão tomada?
Foi um ato civilizado para com duas pessoas que – gostemos
ou não, presidem as casas de um Poder da República, o Legislativo.
Certas figuras só conseguem pensar numa relação de patrão e
empregado, assim mesmo daquelas mais mesquinhas, onde um fala e o outro
obedece.
Talvez porque estejam acostumados com isso.
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