Por
Fernando Brito
O
jornalismo político Brasil, definitivamente, está precisando de um analista.
Os
mais ilustres comentaristas da grande imprensa, um após outro, dedicam-se a
analisar supostas emoções, muito menos que os fatos.
Dias
atrás, Merval Pereira disse que Dilma, segundo seus informantes, teria chorado
por sentir-se “abandonada” por Lula.
Agora,
é Ricardo Noblat quem coloca Lula distante e apreensivo, porque Dilma – a mesma
que disse Merval estava chorando sem Lula – não o ouve e consulta.
Lula,
diz Noblat, “está nas mãos de Dilma”.
Não
é preciso, convenhamos, nenhum divã de analista para verificar que ambas
descrições são, em bom português, pura intriga.
Ajudada,
é verdade, por uma visão “patrimonialista” (para usar a palavra da moda) do
exercício do poder.
O
espírito das intrigas palacianas serve, com certeza, para palácios habitados
por príncipes, daqueles que se acham possuidores, por direito natural, do
trono.
Não
que precisem ser nobres para isso. Quem lembrar da cena política brasileira nos
últimos anos verá que o príncipe José Serra achou um absurdo alguém tão
preparado quanto ele não ser presidente e, estes dias, o dauphin Aécio Neves
fez birra porque não aceitou que a plebe ignara o tenha preterido para reinar.


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