Por Luis Nassif
Até os anos 90, o PT foi um partido que, na oposição, jogava
exclusivamente no negativismo. Foi contra assinar a Constituição, insurgiu-se
contra o Plano Real, resistiu contra a desburocratização da economia e montou
uma exercício continuado de disseminação de dossiês.
Naqueles tempos, o PSDB despontava como o lado racional,
supostamente um partido de técnicos, intelectuais, com visão socialdemocrata,
tão contra o dogmatismo que, quando Fernando Collor abriu as portas de seu
governo, o então senador Fernando Henrique Cardoso e o deputado José Serra
entraram em desabalada carreira porta a dentro. Foi preciso um safanão do então
governador Mário Covas para conter seu ímpeto.
Quando o PT tornou-se poder, imaginou-se que finalmente o
país caminharia para o aperfeiçoamento democrático. Como poder, o PT deixaria
de lado o estilo carbonário. E, já tendo sido poder, o PSDB montaria uma
oposição de peso, sem resvalar para a busca da desestabilização política – como
ambos os partidos fizeram no impeachment de Collor.
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