Por Fernando Brito
Blog Tijolaço
Hoje, alguns leitores que (com todo o direito e que peço que
respeitem) apoiam Marina Silva se irritaram quando leram que eu escrevi que ela
havia se tornado um nada.
É obvio que isso não é um juízo sobre pessoa Maria Osmarina,
mas uma avaliação política da candidatura Marina Silva.
Se era preciso uma prova concreta disso, ela veio hoje com a
melancólica “carreata” da candidata na Tijuca, um dos bairros de classe média
no Rio onde tem mais apoio.
Quase ninguém, entusiasmo algum, agitação mais por conta do
grande número de repórteres e fotógrafos, muitas vezes maior que o de populares
e militantes.
Nenhum candidato do PSB apareceu, apenas o candidato do PSOL
Pastor Jefferson Barros, ligado ao grupo da deputada Janira Rocha, acusada de
extorquir dinheiro dos funcionários de seu gabinete na Assembléia e excluída,
por isso, como Barros, dos programas de TV do partido.
Romário, candidato favoritíssimo ao Senado pelo PSB – tem
quase 50% nas pesquisas – não deu as caras. Miro Teixeira, seu aliado de
primeira hora, escafedeu-se.
Quem quiser, pode ler, nos jornais, antes só simpatia
marinista, o relato do desânimo marinista.
É por isso que disse que era o nada, não por desprezo à
pessoa de Marina.
Foi por sentir que isso não é na Tijuca, não é no Rio, é em
toda parte.
Marina, fora do segundo turno, será impiedosamente massacrada
pelos políticos – a começar dentro do PSB – e solenemente ignorada pelo
eleitorado, que vai fazer ele próprio suas escolhas, pois não reconhece nela
uma liderança orgânica, capaz de fazer
alianças – às quais ela se orgulha, aliás, de maldizer – que façam vingar um
projeto político.
Já disse aqui, certa vez, que ela pode ficar atrás de Aécio
não por uma arrancada do mineiro, mas por sua própria decadência.
Que é, tristemente, quase tão veloz quanto sua ascensão.
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