Por Fernando Brito
Hoje, 25 de agosto, é o aniversário da renúncia de Jânio
Quadros e há quem procure fazer comparações com que viria a ser Marina Silva se
viesse a eleger-se Presidenta da República.
Eu não vejo nenhuma semelhança, porque Jânio não era dócil e
Marina, que não é doce, dócil é.
Basta ver como estimula seus “porta-vozes” (Maria Alice Itaú
Setúbal e Eduardo Gianetti) a darem entrevistas dizendo como irá governar.
Se alguma semelhança há com Jânio é, sim, o papel eleitoral
a que se presta.
Jânio também foi adotado pela UDN – e não era udenista –
como “saída” para o prestígio eleitoral de Juscelino Kubitschek, que arranjou
“um poste” – um homem da maior dignidade, aliás, o Marechal Henrique Lott –
como candidato.
Ele, como Collor, 30 anos depois, e Marina agora, era o
candidato da “anticorrupção”, da “antipolítica”. Não dava bola para os partidos, como esta aí
não dá.
E serviram, com cara de “novo” para que o velho controle das
elites sobre a vida política brasileira não perdesse as eleições, já que não
tinha como e com quem ganhá-las.
Mas Collor e Jânio tinham algo que Marina não tem: energia
verbal e imagem ousada.
Não que Marina deixe de ter energia, mas sua imagem sempre
foi – malgrado seja outro seu comportamento – a de delicadeza e humildade.
Marina é ótima como outsider .
Para valer, acho que não repete a “onda” de 2010.
Aliás, Aécio Neves hoje definiu-a assim, como “onda”.
Se é, ele, praieiro antigo, vacilou, porque já o engoliu.
Numa campanha curta como essa, a eleição está longe.
A maré de Marina, sem dúvidas, encheu.
Mas as marés, sabemos todos, enchem e….
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