A virtude, a civilização, a sorte do desenvolvimento e os destinos da sociedade há muito deixaram de interessar a elite brasileira.
por: Saul Leblon
Quando a elite de uma sociedade se reúne em um estádio de
futebol e a sua manifestação mais singular é um coro de ofensas de baixo calão,
quem é o principal atingido: o alvo ou o emissor?
Vaias e palavrões são inerentes às disputas futebolísticas.
Fazem parte do espetáculo, assim como o
frango e o gol de placa. A passagem de autoridades por estádios nunca foi
impune.
O que se assistiu no Itaquerão, porém, no jogo inaugural da
Copa, entre Brasil e Croácia, não teve nada a ver com o futebol ou deboche, mas
com a disputa virulenta em curso pelo
comando da história brasileira.
Sem fazer parte da coreografia oficial o que aflorou ali foi
a mais autêntica expressão cultural de um lado desse conflito, nunca antes
assumido assim de forma tão desinibida e
ilustrativa.
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