Esperando a micareta 2013
Quando
começou o mês de abril do distante 1950, todas as atenções de Feira de Santana
já estavam voltadas para a micareta, que naquele ano foi realizada nos dias 15,
16, 17 e 18. O “sonoplasta” da Rádio Sociedade, a única da cidade, só colocava
no ar musicas momescas, o mesmo acontecendo nos serviços de som fixos
existentes nos subúrbios, principalmente o de “seo” Armando, nas Baraúnas.
Na sua edição
nº 2126, a
primeira do mês, o decano jornal “Folha do Norte” tratou do assunto: “Está chegando a hora... A Feira dentro de oito dias estará em plena
micareta, que é uma festa sempre nova, diferente de todas as outras festas, a
melhor festa da cidade princesa. A cidade inteira será contaminada pela alegria
desta festa que é de ricos e pobres. A Rua Direita ficará inundada de foliões,
gente dos subúrbios, visitantes de várias cidades, para ver as nossas batucadas
e cordões para brincar e cantar”.
Não
existia aparato policial, bastava o tradicional aviso da comissão: “Vale brincar,
vale cantar, vale sambar, só não vale brigar”. O folião atendia acompanhando e
cantando com as três grandes batucadas da cidade: Embaixada Feirense, Malandros
do Morre e Sambistas do Lar. Ao final da micareta, além da melhor batucada a
comissão também premiava o melhor cordão, melhor fantasia, melhor máscara.
O cordão “As Melindrosas”, parte da história da
folia de momo nesta cidade, assim foi retrato pelo semanário feirense: “Abafando como sempre abafou
em outras micaretas, surgirá na Rua Direita, em requebrados gostosos, cantando
o interessante samba de Evaldo Rui e Fernando Lobo”.
“Tava jogando sinuca
Uma nêga maluca
Me
apareceu.
Tava com um filho no colo
Dizendo pro povo que o filho era meu
Não
sinhô!
Tome que o filho é seu!
Não sinhô!
Guarda o que Deus lhe deu”.
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