Bento 16 e mídia: Como o diabo gosta
Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:
As edições dos jornais de terça-feira (12/2) devem ser
guardadas como lembrança e material de estudo por quem ainda se interessa pela
imprensa. O anúncio da renúncia do papa Bento 16, na manhã da segunda-feira de
carnaval, quebra a estrutura dos jornais e expõe a inadequação do formato com
que o noticiário precisa ser organizado nos diários de papel.
Surpreendidas pela decisão do pontífice, as sonolentas
redações foram obrigadas a rever o planejamento feito para os dias de folia e a
encontrar espaço para o inusitado acontecimento. O resultado é o retrato da
esquizofrenia que se tornou característica da mídia tradicional.
O papa pode renunciar à representação oficial da
divindade, mas a imprensa não pode abrir mão de mediar os festejos
carnavalescos. O caráter esquizofrênico do noticiário fica exposto pela
obrigatoriedade de agrupar as narrativas em espaços específicos, o que
eventualmente implica colocar o fato histórico relevante lado a lado com as
banalidades dos foliões. MAIS
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