O “NEGÃO” E O CAMINHONEIRO
POR ADILSON SIMAS
Em
outubro de
O prefeito José Falcão o homenageou
dando seu nome à confluência da avenida Presidente Dutra com a rua J.J. Seabra.
Já o prefeito Colbert Martins atendendo
sugestão de médicos, pacientes e admiradores de Jackson do Amaury, mandou fazer
o seu busto que só não foi erguido na praça porque a firma contratada fez a entrega quando a gestão estava na reta
final.
No
inicio do primeiro quatriênio do prefeito José Ronaldo, a Secretaria de
Planejamento anunciou a descoberta de um
busto perdido no almoxarifado e ao ser identificado como sendo do doutor
Jackson o governo garantiu, conforme noticiado na televisão, rádios e jornais, que
o mesmo seria erguido no logradouro, o que infelizmente ainda não aconteceu.
Fiz
esta nostálgica viagem no tempo em razão de uma entrevista que, por telefone, o
prefeito Ronaldo concedeu à Rádio Povo,
dentro do programa “Primeira Página”, ancorado pelo dublê de jornalista e
radialista Valdomiro Silva.
Depois de tratar de
outros assuntos, o chefe do executivo encerrou dizendo que ia passar para o entrevistador
e os ouvintes uma boa notícia. Anunciou, então, um monumento de autoria do artista
Gil Mário, dedicado ao carreteiro, que será implantando em Feira, tendo como
local a praça com o nome do médico.
Foi
realmente uma boa notícia. Louvável, pois, a idéia abraçada pela administração
municipal. Afinal se de norte a sul a Feira tem sido apontada como “Cidade
Encontro das Rodovias”, natural a construção um monumento ao carreteiro. E em
se tratando de Gil Mário, já se pode antever mais uma rica obra embelezando a
paisagem urbana feirense.
O
governo, no entanto, foi infeliz na escolha do local para erguer o monumento. Por
uma razão muito simples: o verdadeiro carreteiro, aquele que faz o transporte
de cargas, levando para os quatro cantos do Brasil a produção nacional,
continua passando pelo território feirense, mas já não trafega por dentro da
cidade.
Isso
há mais de cinco décadas, desde que surgiu o Anel de Contorno. Decorridos
tantos anos é possível que o carreteiro, que muitas vezes passa Natal, Ano Novo e outras
datas festivas pelas “estradas da vida”, nem imagina a existência da confluência
entre a Presidente Dutra e J.J. Seabra, pois seu roteiro por Feira se resume a
avenida Eduardo Fróes da Motta, como foi batizado o anel rodoviário.
Por
fim, entendo que o alcaide poderia ter matado dois coelhos com uma só cajadada:
erguendo o monumento ao carreteiro em local onde ele possa ser vislumbrado
também e principalmente pelos caminhoneiros brasileiros e ao mesmo tempo
completar a justa homenagem do poder público ao saudoso “Negão”.
Essa é apenas uma opinião de quem acompanha com interesse e carinho, tudo o que acontece nesta cidade, condenando mesquinharia política (AS).
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