OS POETAS DA CIDADE
É a partida um paradoxo,
Que jamais a gente explica:
- Quem fica, fica saudoso
quem parte, esquece quem fica.
Mas muita vez na partida,
o caso muda entre os dois:
- Quem parte, leva saudade,
quem fica esquece depois.
Outra vez, por um capricho,
Que o destino se destrai,
Quando alguém vai para longe,
A saudade fica e vai
É a partida um paradoxo,
Que jamais a gente explica:
- Quando se finge saudade,
Saudade não vai,
nem fica.
Moreira de Pinho, “guarda livros” da firma Cerqueira & Irmão (Folha
do Norte de abril de 1951)
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