Fernando Brito
Ontem, no UOL, o colega Ricardo
Kotscho indagava se Jair Bolsonaro ia mandar distribuir gasolina de graça como
forma de melhorar nas pesquisas de intenção de voto. Não chegou a isso, mas
mandou baixar mais ainda os preços nas refinarias – 7% – num rali de quedas que
se repete.
Kotscho, calejado tão ou mais que eu em eleições, nunca nenhuma manipulação de preços, nem quando Orestes Quércia ameaçou ir “laçar o boi no pasto” para manter o tabelamento da carne sumida no Plano Cruzado.
Claro que, em alguma coisa – mesmo que seja para dar algum discurso positivo aos bolsonaristas – isso influi. Como também ajuda o resultado do PIB divulgado hoje pelo IBGE, embora seja mais correção dos tombos passados que sinais de um salto futuro.
Ainda assim, nada vem indicando que Bolsonaro esteja recuperando, na velocidade em que seria necessário, a popularidade que perdeu nos três anos e meio de arrocho que impôs ao povo brasileiro.
Que, empobrecido, quando começa a ver esmola grande, mais ainda desconfia: se faz agora, porque não fez antes?
Mas e o povo é pobre, não é otário a ponto de não perceber que existe um descarado comportamento eleitoreiro.
O Datafolha de hoje, para o qual Lula chega “com gordura para queimar”, se deixar a diferença em até 12 pontos de vantagem, repetindo Ipec e Quaest, deixa a Bolsonaro apenas hipótese que Kotscho levantou.
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