Em “Vida Feirense” – Jornal Folha do Norte
Em 24 de novembro de
1887 – Virgilio Tupinan, cujo nome está ligado à história da imprensa feirense,
distribuiu nesta cidade um folheto de versos humorísticos em que há referencias
à alta dos gêneros de primeira necessidade. Eis alguns versos do folhete.
O fumo não aparece, Isso de fumo, é fumaça.
Do mel p’ra fazer cachaça, Nem por isso o preço cresce.
A farinha sobe e desce; Três vintens, meio tostão
Cada litro raso à mão. Não parece caçoada?...
O que ‘stá dando pancada É a carne de sertão.
Trinta vintens cada kilo,
Arroba oito e quinhentos.
Si Deus não mudar os ventos, P’r’o povo mudar d’estylo
E comer d’isso e d’aquilo,
Até que a cholera caia,
A creoula vende a saia Para quem comer comprar,
Só tendo p’ra variar Bacalhao, bagre ou arraia.
A carne verde a cruzado; Porém tem ossos por borra
Cada cabeça de zorra Meio kilo bem pezado;
Tire-se a carne p’ra assado Rôe-se o osso cozido...
Fica o queixo dolorido, O estomago vazio,
O bolso de corropio E o cobre derretido.
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