domingo, 29 de agosto de 2021

NO TEMPO DO BOTECO DO REGI

O professor, radialista, membro do velho MDB, Lúcio Bonfim Bastos Barreto,  era tido como um grande orador.

 Companheiro de Lúcio, e também emedebista, o irreverente José de Senna Lima confessa-lhe num dos muitos encontros no “Boteco do Regi” que o deseja como orador no seu sepultamento.

Sempre gozador, cobra o impossível: ser testemunha – viva – desse momento único.

Lúcio explica que não pode fazer isso, em face de ele, José Lima, não ter morrido. Naquela segunda-feira, quase meio-dia no  “Boteco do Regi”, José Lima convence Lúcio a simular como seria o discurso.

Esparrama-se sobre a mesa do snoque  e, com mãos entrelaçadas e olhos fechados, ouve o orador.

No decorrer da fala de Lúcio,  Afonso Martins e Ladinho Barreto (foto), tio e pai do orador, e que sempre visitavam o boteco nas segundas-feiras interrompem o “velório” suplicando:

- “Acaba o discurso Lúcio! Zé Lima não está se aguentando mais. Ele está chorando, de verdade...”

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