Há 25 anos, entre 1º e 3 de setembro de 1995, ao sequestrar em Salvador a jovem Fernanda Viana e com ela se deslocar para esta cidade se alojando no Hotel Samburá, o bandido Leonardo Pareja fez de Feira de Santana o centro das atenções do pais ao longo de mais de 62 horas, sem contar o filme e os livros que vieram depois. É verdade que nesse período e no dias seguintes o hotel teve prejuízos, como a cancelamento da hospedagem de uma equipe de iluminação que veio para a XX Expofeira. Mas os lucros também foram imediatos, sem contar a disputa dos hóspedes pelo quarto 201, o preferido do sequestrador.
- Recorde aqui os três dias do
fato negativo que fez da Feira de Lucas, destaque na mídia do pais e do
mundo...
SEXTA-FEIRA, DIA 1º
Pela manhã enquanto Pareja
preenchia a ficha do hotel, seu parceiro, o bandido Sergio Ricardo, vigiava a
vitima que estava sentada dentro de um veiculo. Após interceptar Sergio quando
se dirigia a uma agencia bancária, a policia cercou o hotel. Usando a refém
como escudo e utilizando um lençol para que os atiradores de elite não
distinguissem qual dos dois era ele, Pareja fez várias aparições.
- Na Praça Jackson do Amaury, Rua
J. J. Seabra e Avenida Presidente Dutra, a multidão começou engarrafar o
transito...
Na madrugada um blecaute na
energia elétrica do quarteirão causou apreensão. O tenente Paulo César que
funcionava como mediador avisou a Pareja que nada aconteceria com ele. Pareja,
que por sua vez, tranqüilizou familiares da vitima, dizendo que a mesma tinha
dormido bem. Pela manhã, um momento inesquecível: Tendo Fernando ao seu lado,
Pareja apareceu na porta do hotel e apontou a arma para a multidão, causando
aquela correria.
- Populares, policiais,
radialista e jornalistas bateram cabeças no canteiro da Praça Jackson do
Amaury...
Quando a noite estava chegando e
depois de intensa negociação, Pareja abandonou a vítima e deixou a cidade.
Dentro do Monza com jornais colados nos vidros, o bandido levou algemado o
voluntário que se ofereceu para substituir Fernanda na fuga. O veiculo partir
da porta do Hotel Samburá seguindo pela rodovia Rio - Bahia (BR 116) e mais
adiante pegou a BR 242.
- Segundo o noticiário ainda no
domingo o voluntário foi liberado. Lá pelas bandas da Chapada Diamantina...
A ESCOLHA DIFICIL
Quando resolveu libertar a vítima
Pareja fez uma exigência. No seu lugar, para acompanhá-lo na fuga, exigiu uma
personalidade que tivesse grande destaque na vida feirense. Acrescentou que seu
“companheiro” poderia ser alguém dos meios de comunicação. Depois de rejeitar
vários nomes apresentados, sempre afirmando “esse não tem prestigio, ninguém
vai se preocupar com seu destino”, Pareja bradou causando delírio ao público
ouvinte:
- Manda alguém da Rede Globo...
VOLUNTARIO “APROVADO”
Dublê de empresário e advogado, o
comerciante Luiz Augusto, bastante conceituado na cidade, se apresentou como
voluntário e teve o nome “aprovado” por Pareja. Ainda assim o bandido não
abdicou da ironia que evidenciava todas as vezes que fazia contato com o
mediador ou pelas ondas do rádio, em especial da Rádio Subaé. “Vá lá que seja
esse”, teria dito
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