Por Fernando Brito
Tema central das edições de hoje de O Globo e da Folha, a
possibilidade de que Jair Bolsonaro, notoriamente mais fraco em termos
políticos entre os mais pobres, possa mudar o perfil do seu potencial
eleitorado com o auxílio emergencial dado durante a pandemia.
É claro que algum efeito político terá, e não poderia deixar
de ser em um país onde a miséria é imensa e, pior, vinha ainda crescendo.
Natural, portanto, a “melhora” da
aprovação de Bolsonaro entre as classes D e E registrada
pelo Datafolha, até modesta, ao meu ver.
Mas é evidente que, ao contrário do Bolsa-Família, o auxílio
emergencial – já o diz o nome – não é sustentável, não é estruturante, tem
dificuldades no controle de seu pagamento e, por tudo isso, vai ter uma vida
breve, ao menos se, como indicam as declarações de Paulo Guedes, não se
modificar uma política econômica baseada na austeridade fiscal.
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