Por Fernando Brito
Quem se der ao trabalho de
pesquisar quantos policiais estão condenados e presos pelos massacres do
Carandiru, de Eldorado dos Carajás e pela morte, por asfixia de Sandro do
Nascimento (o sequestrador do ônibus 174) verá que o tal “indulto da milícia”
anunciado por Jair Bolsonaro não visa a libertar os policiais apontados como
responsáveis por aqueles crimes.
A razão é simples e de fácil
compreensão. Numa busca rápida, verifica-se que quase não há presos por esta
razão, exceto um coronel e um major da polícia paraense, isso depois de 16 anos
da morte de 29 lavradores que chocou o mundo em 1996.
Portanto, o que Jair Bolsonaro
procura quando fala que eles serão os protagonistas de seu indulto, o que visa
é outra coisa: produzir, para si mesmo, o marketing do justiceiro, do matador,
do “valentão” com cadáveres e assassinos alheios.
É o “marketing da besta”, a
estratégia de permanecer no centro das atenções e – para usar a expressão
famosa de Roberto Jefferson – “despertar os instintos mais primitivos” de uma parcela
da população.
Pouco lhe importa se chocará a
maioria ou mesmo que vá despertar indignação mundo afora.
Melhor, até, porque vai ficar
como “defensor da independência” brasileira e do nosso direito de “aqui se
queima, aqui se mata”.
Promotores, juízes e militares,
como babacas que escolheram ser ao elevá-lo à Presidência podem lavar as mãos.
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