terça-feira, 28 de novembro de 2017

HUCK FORMALIZA NA FOLHA SEU “ME INCLUAM FORA DESTA” DE 2018

Por Fernando Brito
Num texto no qual a vaidade chega a cair em gotas e o vazio se alonga por intermináveis linhas (reproduzo-o após o post), Luciano Huck completa o que a gíria carioca chama de “me inclua fora desta” da candidatura presidencial que, sobretudo nos últimos dois ou três meses, alimentou com encontros de bastidor, boatos indesmentidos, notícias plantadas e toda uma estratégia publicitária para criar “suspense” e promoção.

Aliás, a pretensão salta do artigo na Folha com o qual ele desembarca do navio, no qual muitos entraram de gaiatos. É quase a “renúncia” a um cargo que facilmente poderia ter, por simples decisão pessoal, não como fruto de um projeto coletivo, partidário. A questão é apenas a conveniência pessoal, à qual caberia ao povo homologar, como uma claque obedece aos sinas do diretor de platéia.

“Contem comigo. Mas não como candidato a presidente”, diz Huck, depois de posar como alguém com que, de fato, o povo brasileiro pudesse contar.

É o caso de perguntar o que ele fez de alcance nacional, além de sorteios, propaganda de vitaminas e a manipulação de gente humilde, reformando algumas casas e consertando alguns carros. Cuidou muito bem, sim, foi de sua carreira – o que é direito dele – e de enriquecer.  Virou símbolo de uma camada de novos ricos do Brasil, onde circulavam os Aécios e Joesleys, onde se passeia de iate, viaja-se em jatinhos e helicópteros.

E não é só neles que pairam muito acima da massa amorfa e ignorante que para eles é o povo, nunca o agente da História mas, quando muito, objeto de alguma caridade pontual, para provar a grandeza e a generosidade dos nobres que, sempre com câmaras a registrar, o visita algumas vezes.

Huck prestou um único serviço ao povo brasileiro: o de mostrar para muitos o zero grau de seriedade com que vêem o governo de um pais que, em lugar de seguir buscando seu destino de grande nação no mundo, o vêem como um programa de auditório, onde a população é passiva, aplaude e obedece ao governante-apresentador, que segue o script que lhe dão os que os dirigem e patrocinam.


Leiam o texto, talvez escrito por algum assessor que, num rasgo de glorificação ao chefe, o compara a Ulisses, o herói grego. Realmente, um primor.

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