sábado, 3 de dezembro de 2016

FEIRA ONTEM

Moreira de Pinho era o “guarda livros” – hoje Ciências Contábeis, da firma Cerqueira, Irmão & Companhia Limitada, na mesma Praça da Bandeira onde eu trabalhei com Gilberto e Milton Costa, pai e filho, grande nomes da Feira de ontem.
Tive o prazer de conhecer Moreira de Pinho, que na labuta não dispensava dois lápis, um deles de reserva guardado na orelha.
Não fazia propaganda, mas era um grande poeta. Sua poesia estava sempre estampada na veneranda Folha do Norte, que em abril de 1951 brindou os leitores com esta obra de Moreira de Pinho, que hoje é nome de rua no Jardim Acácia:

É a partida um paradoxo, que jamais a gente explica:
- Quem fica, fica saudoso, quem parte, esquece quem fica.
Mas muita vez na partida, o caso muda entre os dois:
- Quem parte, leva saudade, quem fica esquece depois.
Outra vez, por um capricho, que o destino se distrai,
quando alguém vai para longe, a saudade fica e vai.
É a partida um paradoxo, que jamais a gente explica:
- Quando se finge saudade, saudade não vai, nem fica.      

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