Difícil escolher um tema, pois 2015 tem sido pura pauleira política. Estou que nem quando escrevi “Quero o aconchego de uma República laica, e nada mais” (O TEMPO, 31.5.2011).
Por Fátima Oliveira, em O TEMPO
Isto aqui, o Brasil, é uma República democrática e laica.
Entretanto, pelas manchetes, a impressão que se tem, desde o último dia 2 de
janeiro, é que estamos nas soleiras de uma teocracia: “Aborto só vai à votação
se passar pelo meu cadáver”, diz Cunha, que retoma um projeto para instituir o
Dia do Orgulho Hétero e outro que proíbe a adoção de criança por casais gays;
Cunha pode entregar a TV Câmara a partido ligado à Igreja Universal; Cunha diz
que é “preciso parar de discriminar a atuação de deputados evangélicos porque
têm seus projetos e são atendidos igual aos outros no regimento”.
Sob o laicismo, nenhuma religião pode dar o tom das leis nem
emitir normas de comportamento para todo o povo, porém estamos vivenciando algo
que não há paralelo na vida real, apenas na literatura: o sistema “jagunço”,
“instituição situada ao mesmo tempo dentro da esfera da lei e do crime”.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) instaurou o sistema “jagunço” de governar sem ser
presidente!
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