quinta-feira, 26 de março de 2015

LAVA JATO – O TUCANO MORTO E O QUE SE FINGE DE MORTO

Por: Fernando Brito
Uma das coisas que me enchem de esperança é a imparcialidade da mídia brasileira.
Ontem, seu herói Sérgio Moro, deixou publicar seu relatório em que, a respeito do suposto operador de propinas Fernando Baiano,  afirma textualmente: “com o levantamento do sigilo sobre os depoimentos da colaboração premiada de Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, veio à luz informação de que teria havido pagamento de propina a parlamentares para obstruir as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobrás dos anos de 2009 e 2010″.
E os confirma, adiante, dizendo que há “prova de que ele teria intermediado o pagamento de propinas para obstruir o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito de 2009 e 2010, evidenciando risco à investigação e à instrução”.
É obvio que não se pode abrir inquérito sobre um morto, como é o caso de Sérgio Guerra.
Mas poderia ter, sozinho, Sérgio Guerra, “vendido” por R$ 10 milhões o “fim” da CPI da Petrobras?
Obvio que não, porque não tinha este poder.
Nos jornais não há uma palavra sobre o que aconteceu no dia 10 de novembro de 2009, quando foi “entregue a mercadoria”  pela qual se teriam pagos os R$10 milhões .
A foto aí de cima é daquele dia, quando o senador Álvaro Dias, sob o olhar matreiro e o mal contido sorriso de Guerra, anuncia que ele – autor do requerimento que criou a CPI – está desistindo da investigação, tal como Guerra e o outro oposicionista que a integrava, “senador filho do senador” Antônio Carlos Magalhães.
O argumento foi que não os deixavam investigar. E o fato é que ali se deu a consumação do crime de concussão praticado por Guerra ao pedir dinheiro para que a CPI não causasse problemas a quem estava roubando na Petrobras.
Mas, claro, Álvaro Dias não sabia de nada e apenas cedeu aos argumentos do colega  tucano, que apareceu na véspera em seu gabinete trazendo um bolo de rolo bem pernambucano e dizendo: “Alvaro, vamos terminar com esta CPI…”
“Tá bom, Serginho, amanhã eu anuncio isso e a gente bota a culpa no Governo”. Escuta, esse bolo de rolo aí é só para você?”
Dias está quietinho. Não fala, até porque ninguém pergunta, sobre como foi este episódio onde executou o ato que Guerra “vendeu”.
Dr, Janot, como o MP é a “esperança do Brasil”?

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