Comentário para o programa radiofônico do Observatório,
9/7/2013
Os jornais de terça-feira (9/7) trazem um teste interessante
para as convicções ideológicas de muitos brasileiros, com questões que podem
definir os limites da fidelidade corporativa e da solidariedade de classe, ou
revelar o nível de consciência social de cada um.
O projeto que pretende obrigar os estudantes de medicina a
cumprir dois anos adicionais de formação em postos do Sistema Único de Saúde
põe à prova as verdadeiras intenções dos manifestantes que desfilaram de jaleco
branco pelas ruas de São Paulo, há duas semanas, em protesto contra a
importação de médicos estrangeiros.
Não será preciso esperar muito para avaliar o impacto da
iniciativa entre os líderes das entidades corporativas, como a Associação
Médica Brasileira, o Conselho Federal de Medicina e os centros acadêmicos das
principais faculdades: os jornais já trazem, com a notícia, a repercussão junto
aos representantes dos profissionais e estudantes – e a reação é
predominantemente negativa. Mesmo alguns médicos que se destacaram em movimentos
de resistência à ditadura militar e que exibem lustrosas biografias em favor de
causas sociais se rendem aos seus interesses específicos e tratam de criticar a
proposta.
Se a circunstância representa uma prova para as convicções
ideológicas de quem apostou a vida em políticas progressistas, imagine-se a
convulsão que deve produzir nas conservadoras redações da imprensa tradicional.
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