O ESTOURO DE UMA BOIADA CAUSA PÂNICO
ENTRE OS FEIRANTES
Procedente
de Minas entrou nesta cidade, uma grande boiada de animais receados, que foi
adquirida para a Petrobrás e após a pesada, arrastada para seguir o seu destino,
tomando a direção do leito da linha férrea.
Eram 80 bois,
todos de grande porte, que seguiam a marcha normal conduzidos por meia dúzia de
adestrados vaqueiros. Em determinado momento algo imprevisto espantou o guia da
boiada fazendo com que essa estourasse de forma espetacular em direção a
cidade, penetrando na Avenida Senhor dos Passos e em seguida invadindo o local
da feira, onde ainda se comprimiam cerca de 3 para 4 mil pessoas que se
arrumavam para deixar o local.
O
pânico foi indescritível. Barracas foram destroçadas em minutos, mercadorias
atiradas para longe, casas comerciais invadidas, gente trepando nas árvores,
cada qual procurando livrar-se do ímpeto dos animais que galopavam sem destino,
seguidos pelos vaqueiros.
Felizmente, passados os primeiros minutos de confusão, foi-se restabelecendo a calma entre o povo, cada qual procurando conhecer os seus prejuízos.
Cinco
pessoas foram as vítimas, sendo três delas hospitalizadas em mau estado. O fato
pela sua extensão era para trazer conseqüências bem funestas se a ocorrência
fosse verificada quando maior era o movimento na feira, num horário mais cedo.
Vários
negociantes tiveram as suas barracas destruídas sendo que as mercadorias de muitos
deles desapareceram na confusão do “salve-se quem puder”. O comércio também foi
prejudicado, pois muitos estabelecimentos comerciais fecharam as suas portas no
momento mais propicio das vendas.
A Loja Roma
teve as suas portas cerradas por muito tempo, pois em sua frente dois animais foram subjugados e amarrados de corda, lá
permanecendo até altas horas da noite.
Um
fato que causou estranheza foi a ausência completa de autoridades. Os dois
animais que foram subjugados e amarrados de corda permaneceram até altas horas
da noite na praça, a espera de qualquer providencia que não apareceu. Apenas o
soldado Adalberto Dionísio da França da PM, servindo no transito, permaneceu
junto a um dos animais, evitando que alguém se aproximasse do mesmo, que vez
por outra tentava levantar-se, ocasionando correrias. Esse militar soube cumprir
com o seu dever e merece de nossa parte elogios. Eram quase 23 horas quando a
nossa reportagem deixou o local e nele ainda se encontravam os dois animais”.
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