O PREFEITO CHICO PINTO’
CHICO Pinto foi eleito prefeito em 1962 devolvendo ao PSD o comando do município há oito anos governado pela UDN. Foi a mais aguerrida disputa municipal, vencendo o udenista João Durval por uma diferença de 43 votos. Obteve 9.273 votos contra 9.230 dados ao adversário.
ABERTA a ultima urna no salão do júri que funcionava no prédio da Prefeitura e confirmada a vitória, Pinto foi caminhando até o distrito de São Vicente, hoje Tiquaruçu, pagando promessa feita. Com ele seguiram alguns companheiros, os mesmos da memorável campanha.
ASSUMIU a prefeitura no domingo 8 de abril do ano seguinte, após ser empossado pela Câmara de Vereadores. Sua primeira grande medida de impacto foi anunciar uma nova estrutura administrativa, criando as secretarias municipais, descentralizando as ações de governo, até então restritas ao prefeito e seu secretário particular.
PINTO formou o secretariado nomeando figuras ilustres da vida feirense. Colbert Martins, Jackson do Amaury, João Torres Dantas Filho, Valdemar Matos, Marconi Dias, Milton Marinho e Roque Aras, estão na história administrativa de Feira como membros pioneiros da nova organização funcional da prefeitura.
EQUIPE formada tem inicio um grande projeto de urbanização. As obras de calçamento que se limitavam as ruas do centro e àquelas mais próximas, se estendem aos bairros, ou subúrbios, como eram conhecidas as comunidades mais distantes do comércio. A frente do projeto o vereador Colbert Martins, por Pinto nomeado secretário de Viação e Obras Públicas.
AINDA no primeiro ano Pinto liga Sobradinho ao centro através pavimentação a paralelepípedos nas ruas Voluntários da Pátria e Arivaldo Carvalho, a partir da ladeira do Nagé. A obra chega a Queimadinha via Rua Intendente Abdon e em Galiléia o povo festeja a chegada Da pavimentação nas Ruas Cosme de Farias e General Guedes.
TAMBÉM no começo do seu governo a cidade parou para ver e aplaudir os modernos caminhões equipados, com cobertura, adquiridos para a Limpeza Pública, substituindo o velho caminhão aberto e as carroças que faziam a coleta do lixo na cidade e na zona rural.
CADA ação do novo governo levava a população a repetir slogan “Pinto na prefeitura é o povo governado” lançado durante a campanha. Foi assim com a chegada da ambulância, a inauguração da “Farmácia do Povo” e até com a aquisição do carro mortuário lotado na seção “Administração de Cemitérios”, criada com a reforma.
NA ÁREA educacional, além de ampliar o número de “escolas isoladas” na zona rural, prédios foram edificados na sede para o antigo curso primário. Um dos exemplos, pois ainda funcionando, é a Escola Eduardo Motta, Serraria Brasil, hoje sob o comando do Estado.
Á FRENTE da Secretaria de Educação e Cultura estava Marcone Dias, requisitado junto à agencia local do Banco do Nordeste. Naquela secretaria, isso há quase meio século, Chico Pinto criou o “fundo de cultura” que instituiu prêmios estimulando a cultura popular.
DIFERENTE do que se tenta passar, Pinto implantou e colocou em funcionamento o Ginásio Municipal. Antes de Pinto, o jovem feirense ao concluir o primário tinha apenas duas opções: o Ginásio Estadual da rede publica e o Santanópolis, da rede particular.
PARA fazer funcionar o ginásio, Pinto utilizou o atual Museu Contemporâneo, o antigo Albergue Noturno e mais duas salas construídas na área onde existia a Balança Municipal, todo esse conjunto ao lado da biblioteca municipal. As medidas iniciais para a edificação do atual prédio na mesma área com frente para a Rua Álvaro Simões foram adotadas por Pinto, que deposto coube ao sucessor prosseguir.
FRISE-SE que a construção do fórum junto ao ginásio foi possível graças a doação do terreno pelo prefeito Chico Pinto. E por falar em obras do Estado, foi também na sua gestão que prefeitura doou os terrenos onde Lomanto Junior construiu o Ginásio Estadual e a Estação Rodoviária.
O GOLPE de 31 de março de 1964 serviu de pretexto para os adversários intensificarem a luta para tirar Pinto do poder. Afinal, não poderia continuar no poder aquele revolucionário que assumiu colocando em prática o orçamento participativo, hoje tão exaltado pelos administradores. Foi esse fato, aliás, que gerou o famoso “quebra-quebra” da câmara.
TUDO se fez para arrancá-lo do poder. Até a obra da Fonte Luminosa em frente ao hoje Emec, já com equipamentos comprados, foi anunciada como uma barreira construída para resistir ao golpe. Anos depois, em 1971, os mesmos equipamentos foram usados na Fonte Luminosa construída pelo saudoso prefeito Newton Falcão, na Praça Padre Ovídio.
DEPOIS de treze meses no poder, a câmara declarou o cargo vago, depondo o líder feirense. Altamir Lopes assumiu enquanto a mesma câmara elegia indiretamente outro vereador, Joselito Amorim, para exercer o cargo que o povo deu a Chico Pinto.
SOMENTE em 1970 Pinto voltaria a cena política para se eleger deputado federal com expressiva votação. No lugar do slogan “Pinto na prefeitura é o povo governando”, o eleitor feirense voltou a carregá-lo pelas ruas da cidade, agora com novo slogan: “Ta com Pinto ou ta com medo?”.
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