Atividades consideradas simples,
como fechar uma porta ou lavar a louça, podem ser um desafio para quem sofre
com hanseníase. Para reabilitar os pacientes acometidos pela doença na retomada
da vida normal, o Centro de Saúde Especializada oferta o atendimento de
fisioterapia.
No local, 69 pessoas estão em
tratamento contra o agravo que atinge, principalmente, a pele e os nervos dos
braços e pernas, podendo causar a perda da sensibilidade, da força muscular e
até incapacidades permanentes.
Uma paciente, moradora do bairro
Feira VII, que preferiu não ser identificada, conta ter recebido o diagnóstico
há seis anos. Após a fase de tratamento com remédios, iniciou a fisioterapia
com o objetivo de retomar as atividades cotidianas.
“Sentia muitas dores, meus pés
inchavam, aparecia muitos hematomas nas pernas. As coisas que antes eram
normais, hoje eu faço com muita dificuldade, não aguento ficar muito tempo em
pé e comecei a fisioterapia pra me ajudar na mobilidade. Eu venho duas vezes
por semana, dia de terça e quinta”, comentou.
Um outro paciente, que também
preferiu não ser identificado, foi diagnosticado em 2019 e relata que os
primeiros sintomas foram a perda de sensibilidade. “A sandália escorregava
no pé, não ficava e eu sentia muitas dores, foi assim que começou. Depois que
eu fui avaliado pelo médico, iniciei o tratamento no CSE. Terminei em 2021, mas
sigo fazendo dieta, fisioterapia e sendo acompanhado”, destacou.
De acordo com a fisioterapeuta do
setor de hanseníase, Juliana Leal, o atendimento é destinado tanto para
pacientes que estão em tratamento como para os que já finalizaram. Cada pessoa
realiza duas sessões por semana.
“A maioria das pessoas que têm a
doença mora sozinha e sente muita dor, pois a hanseníase afeta muitos os nervos
periféricos. Para dar um conforto, a gente trabalha no auxílio desses afazeres
comuns, a exemplo de fechar uma porta, escovar os dentes, conseguir andar,
limpar a casa, coisas que aparentemente pra gente é fácil, mas que exige muito
deles”, explicou Juliana. Mais.
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