Era 17 de janeiro de 2005. O
promotor Lincoln Gakiya estava em uma farmácia, comprando fraldas, quando
recebeu um telefonema que mudou sua vida. "Vá para casa já e aguarde lá,
que a polícia vai entrar em contato contigo." Fazia dois dias que seu
segundo filho havia nascido. Pouco antes, ele tinha apresentado denúncias
contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e pedido a internação
deles em prisão de segurança máxima. A ligação era de um colega, de São Paulo,
que interceptou plano para matar Gakiya, em Presidente Venceslau (SP). Desde
então, sucederam-se as acusações contra membros da facção - mais de mil
denúncias oferecidas.
Em 2018, ele conseguiu mandar para
o sistema penitenciário federal Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder
máximo do grupo. A partir daí, seu cotidiano virou de ponta-cabeça. O PCC até
hoje envia drones para vigiar sua casa. Mais de uma dezena de PMs, carros
blindados e uma rotina secreta o protegem da maior organização mafiosa da
América do Sul, que tem 40 mil membros e movimenta R$ 1,2 bilhão por ano só com
o tráfico internacional de drogas. Gakiya, de 56 anos, foi quem descobriu o
plano contra o ex-juiz e hoje senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). Mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário