Fernando Brito
Infelizmente, a versão integral da reação de Lula às falas de
Jair Bolsonaro no Sete de Setembro na Globonews não está disponível no Youtube
(mas você pode assistir aqui, em todos os seus 11 minutos).
Pena, porque o ex-presidente deu uma resposta demolidora, um
verdadeiro nocaute não só na manipulação da data nacional como ferramenta de campanha
como uma sequência de pancadas irresistíveis no discurso bolsonarista sobre
corrupção, cobrando todos os casos escandalosos ocorridos no atual governo e,
sobretudo, um direto no queixo do atual presidente, questionando porque ele não
fala dos problemas reais da população.
Lula percebe que o adversário parece ter esgotado seus golpes
e parte, agora, para o contra-ataque à pancadaria que há anos veio resistindo,
estoicamente. Tratou abertamente de suas vitórias judiciais, contrapondo-as às
sucessivas decretações de “sigilo de 100 anos” com que Bolsonaro que defende
das que são feitas contra ele.
O canal a cabo veiculou o discurso de Bolsonaro e, para
preservar o equilíbrio, deu voz a Ciro Gomes e Simone Tebet para comentarem a
sua fala. Ambos reagiram comentando, de forma razoável e coerente, mas só Lula
tomou a postura correta, de responder, de igual para igual, ao atual
presidente.
Disse que é ele quem deve dar explicações sobre sua conduta,
porque ele as deu à Justiça, onde venceu 26 vezes, enquanto o atual presidente
não teve nenhuma julgada. E pediu que, em lugar de comparações com Venezuela e
Nicarágua, Bolsonaro deve comparar a seu governo aos que foram os dois mandatos
do petista.
Pois é assim a realidade, um ou outro; apenas um ou o outro.
Não dá para imaginar, depois de hoje, tanto por Bolsonaro
quanto por Lula, que se possa “brincar com o perigo”. Ninguém desejou que os
brasileiros estivessem diante de uma escolha binária inescapável.
Mas estamos. Quem quiser brincar, saiba o que está fazendo
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