Fernando Brito
“Fez que ia, não foi, mas acabou fondo”, a antológica tirada
do jogador de futebol Dario José dos Santos, o Dadá, bem que serviria para
descrever a polêmica ida de Jair Bolsonaro à entrevista do Jornal Nacional com
os candidatos mais bem colocados nas pesquisas.
Mas por enquanto, porque já ninguém sabe se ele afinal irá ou
não, pois antes de confirmar a presença, sua assessoria chegou a dizer que a
campanha e sua agenda impossibilitavam a ida ao Rio de Janeiro para a
entrevista, contando com a reação de seus seguidores ao fato de a emissora
recusar-se a fazê-la no Palácio da Alvorada.
Podem esperar que os ataques à Globo, nos próximos dias, vão
se acentuar, para sondar como se poderia construir uma ausência sem vestir a
carapuça de fujão e derrotado.
Bolsonaro é um dissimulado, capaz de xingar de “canalha” a um
ministro do STF e, no dia seguinte, enxugar as lágrimas no lenço de Michel
Temer e dizer que foi “o calor do momento”.
Se for, sua pauta pouco ou nada terá a ver com governo ou com
políticas públicas: aborto, Deus, liberação de drogas, ameaça comunista, etc.
Ah, sim, e a história sem fim da facada e do milagre divino.
Fará pouco da Covid, seu maior flanco durante a entrevista.
Tudo o que lhe interessará será atacar a honra de Lula e
convocar sua grei para o 7 de setembro.
Isso, claro, se “acabar fondo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário