terça-feira, 24 de maio de 2022

NO TEMPO DE MOREIRA DE PINHO

Antes dos doutores em Ciências Contábeis, existiam os Contadores e antes desses os chamados “Guarda Livros”. Entre estes,  Moreira de Pinho que tive o prazer de conhecer na firma Cerqueira & Irmão que comercializava material de construção.

Competente guarda-livros, Moreira de Pinho era também um grande poeta. Na Folha do Norte, por exemplo, ele publicou em abril de 1951:

 

É a partida um paradoxo, que jamais a gente explica:

- Quem fica, fica saudoso, quem parte, esquece quem fica.

Mas muita vez na partida, o caso muda entre os dois:

- Quem parte, leva saudade, quem fica esquece depois.

Outra vez, por um capricho, que o destino se destrai,

Quando alguém vai para longe, a saudade fica e vai.

É a partida um paradoxo, que jamais a gente explica:

- Quando se finge saudade, saudade não vai, nem fica.    

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