sábado, 22 de janeiro de 2022

NOSSA FEIRA, NOSSOS POETAS

Lembranças de Antônio Moreira Ferreira

Nosso poeta Antônio do Lajeedinho


Minha velhice chora incerteza,

bebe o presente amargo em negra taça

onde a visão do porvir só é tristeza:

resto de fogo, cinza e fumaça.

Minha velhice arrota sua grandeza,

Quando a lembrança lhe move uma devassa

no passado de rara e sã beleza

onde a virtude se une e se abraça.

Quando jovem a vida era o futuro

a certeza de um porto seguro

que a velhice não pode sonhar.

Fui jovem, sou velho... o que esperar?

Para os jovens a morte é u’a surpresa.

Para os velhos ela é u’a certeza.  

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