domingo, 26 de julho de 2020

TORTURA ONDE DÓI MAIS: NO DINHEIRO


Por Fernando Brito

A briga entre Marcelo Odebrecht e o pai, Emílio, que foi parar na Justiça paulista, começa a produzir provas explícitas do grotesco mecanismo de coação e deformação dos processos da Lava Jato, em Curitiba.

A reportagem de Felipe Bätchtold na Folha deixa claro que as correspondências de Marcelo Odebrecht – entregues pela empresa para provar que ele a está chantageando, para receber mais dinheiro – mostram que os procuradores lavajatistas ameaçavam com novas ações contra a empreiteira se ele conseguisse ser solto por alguma ordem judicial e como o teor das declarações era “combinado” para atender às conveniências da empresa.

Ou, explicado em linguagem clara: as delações foram “compradas” segundo a vontade de quem detinha o dinheiro e o deu em pagamento: a Odebrecht.

Como disse o jurista italiano Luigi Ferrajoli, hoje uma das maiores inspirações do penalismo brasileiro, houve nos processos da Lava Jato uma “ausência impressionante de imparcialidade por parte dos juízes e procuradores que o promoveram”.

Mas eles só foram assim porque tiveram para lhes dar suporte para tantos atropelos toda a mídia e quase todo o Poder Judiciário.

A era Moro foi a destruição de já parca imparcialidade da Justiça, da qual brotou o cenário de estupidez que domina o país. COMENTÁRIOS

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