- Por Fernando Brito
Parece que pouca gente neste país está fazendo ideia do
crime que está sendo cometido contra o povo brasileiro.
Seja qual for a hora em que o Ministério da Saúde divulgar
os números de vítimas, hoje à noite, teremos chegado a 600 mil pessoas
contaminadas e ficar em torno de 36 mil mortos nos igualando à Itália em óbitos
e passando, assim, a ficar em terceiro lugar em perda de vidas, pois o segundo
em perdas de vidas já somos há vários dias.
Ontem, dos 121 mil casos novos da doença registrados no
mundo, corresponderam a brasileiros quase um quarto das vítimas.
Mas são se escuta aqui abrir, abrir tudo.
Até as escolas já falam em reabrir, sem ter qualquer ideia
de até onde pode chegar.
Em São Paulo e no Rio, libera-se os camelôs e, boa parte do
comércio das periferias já está aberta, a meia-porta ou escancarado.
Um país sem governo, permitam o pleonasmo, vira um país
desgovernado e, portanto, no rumo de um desastre imenso.
Hoje, na cobertura da Globonews, um jovem jornalista disse
que aos jornalistas não cabe dizer se o relaxamento das poucas medidas
restritivas seria correto ou não, mas apenas “ouvir especialistas”.
Desculpe, rapaz, mas aos jornalistas coube dizer se a abolição
da escravatura “era correta”, se os desejos de igualdade da Revolução Francesa
“eram corretos”, se os direitos dos seres humanos deviam ser respeitados…
Falta apenas erigir Pilatos como o patrono da
“neutralidade”.
De que adianta invocar a ciência se, na prática, ficarmos
indiferentes à morte de milhares de brasileiros?
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