Por Fernando Brito
Em seu magnífico Os Trabalhadores do Mar, Vitor Hugo fala na
diferença em “ser nada e não ser”.
É nesta situação em que se encontra o sr. Sérgio Moro agora
com as informações de que Sérgio Moro não teria pedido demissão, mas dito que,
se fosse trocado o diretor geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo por Jair
Bolsonaro.
Sair será o “não ser”: não sendo ministro e não sendo juiz
para projetar-se como algoz de seus réus e faz sumir as últimas barreira para
que o Supremo Tribunal Federal, sem piedade, o declare suspeito e abale o que
restar ser sua fama de paladino judicial.
Ficar, será o ser nada, com um sepentário de cobras na
polícia e na política para deixá-lo só e apavorado com as armadilhas que lhe
prepararão, sem que possa socorrer-se das hordas moralistas, agora agregada ao
rebanho bolsonarista, já quase sem distinção.
Se sair, o que lhe restará é ir para os braços de Dória,
cujo governo é o pouso dos excretados do bolsonarismo.
Se ficar, vai murchar mais do que já se enrugou, exalando o
odor da pusilanimidade, da covardia, do arrogantemente poderoso que se verga, e
crê recuperar em migalhas a altivez que perdeu.
Algo, porém, terá de entregar ao Moloch bolsonariano para
devorar.
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