Por Fernando Brito
Ignacio Fariza, de Madri, traça, no El País, um retrato cru
dos planos privatistas de Paulo Guedes, que se resumem em duas palavras: vender
tudo.
“O Governo brasileiro quer vender tudo. Não é uma licença
jornalística ou uma tentativa de capturar o leitor: são palavras literais do
czar econômico de Jair Bolsonaro, o ultraliberal Paulo Guedes, e do próprio
secretário-geral de privatizações, Salim Mattar, uma figura cuja mera
existência é uma declaração de intenções. Para além da retórica, já colocaram
mãos à obra, demonstrando que vão com tudo em um plano de privatização iniciado
na época de Michel Temer, mas que ganhou força com o nacional-populista no
poder. O objetivo autofixado de arrecadar 20 bilhões de dólares em 2019 através
da venda, parcial ou total, de participações em empresas ou ativos de titularidade
do Estado foi superado: até o fim de setembro as autoridades brasileiras tinham
vendido participações em empresas arrecadando mais de 19 bilhões de dólares,
oferecido infraestruturas por 6 bilhões e leiloado direitos de exploração de
matérias-primas —principalmente petróleo — por 12 bilhões. Embora com mais
obstáculos do que a nova administração gostaria, no último trimestre do ano
—período para o qual ainda não há dados disponíveis —, o número continuou
engordando.” MAIS
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