Por Fernando Brito
A entrevista de agora há pouco, onde o governador João Dória
disse que “é uma circunstância inaceitável que a melhor polícia do Brasil
utilize de violência ou de força desproporcional, sobretudo quando não não há
nenhuma reação de agressão” e na qual se disse “chocado” com os atos de
violência registrados em diversos vídeos de ações de PMs sobre moradores de
comunidades pobres tem mais do que a hipocrisia com que governantes se expressam
nestas ocasiões.
Tem mais também do que ser a primeira volta, a assombrá-los,
dos mortos de Paraisópolis e os de todos os outros lugares de onde, vivos,
nunca importaram a quem estava no governo.
A questão essencial é outra, a de que isso só acontece
porque as circunstâncias do caso tornaram cruamente exposta a fragilidade do
discurso que a maioria deles, Doria incluído, aceita e usa para “vestir” o
tratamento brutal que o estado dá aos pobres com a fantasia de que isso é
“lei”, “ordem”, “segurança”, que não têm outra maneira de serem alcançadas
senão pela força bruta.
E, a justificar tudo isso, a droga e a criminalidade para
qual empurram geração após gerações de sem-escola, sem-emprego e sem-futuro.
Este é o “protocolo” que, faz tempo, se adotou por aqui e ai
de quem quiser mudar isso (e nem de longe Doria quer). COMENTÁRIOS
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