Por Fernando Brito
Depois do “chilique” de sexta-feira, na porta do Alvorada,
ficou nítido que Jair Bolsonaro foi convencido a mudar sua linguagem e o fez,
tanto na entrevista de sábado aos jornalistas quanto ontem, na entrevista ao
SBT.
Não se sabe se isso foi resultado de pesquisas instantâneas
– sim, eles as têm – ou se derivou de um aconselhamento jurídico, quem sabe na
esperança de facilitar uma segunda – e improvável – paralisação do processo das
“rachadinhas” no Supremo, de novo pelas mãos de Dias Toffoli, plantonista do
tribunal nos primeiros dias de 2020.
Só do que se pode ter certeza é que não vai durar, porque é
o contrário da natureza de um personagem que chegou aonde está, justo o
contrário.
É uma questão de dias, e não de muitos, que o vasto material
apreendido na operação da semana passada comece a revelar diálogos que, mesmo
com todas as precauções tomadas ao longo de um ano que Fabrício Queiroz e seus
cúmplices tenham tomado para esfumaçarem-se, desvelem situações inexplicáveis.
E a temporada de revides cavalares recomece.
Até porque Jair Bolsonaro não mentiu quando disse que
“alopraria” se não tivesse a cabeça no lugar. E no lugar, definitivamente, não é
onde costuma estar a cabeça do ex-capitão. COMENTÁRIOS
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